sexta-feira, setembro 29, 2006

Calculadora orgânica

como diria Leminski

dia,
dai-me a sabedoria de Caetano

quinta-feira, setembro 28, 2006

suicida

pensa em ócio:
ódio ao amor
amor ao ódio
tudo é dor.

toma dramin
e dorme para sempre

quarta-feira, setembro 27, 2006

anjo torto

sou o vômito de Adão
a maçã regurjitada
a desconsciência do bem e do mal

nietzsche-do

segunda-feira, setembro 25, 2006

versos livres

sábado, setembro 23, 2006

sexta-feira, setembro 22, 2006

somos uma legião de solitários

quinta-feira, setembro 21, 2006

ir e vir

quarta-feira, setembro 20, 2006

Fazer poesia é desconstruir reconstruir palavras

terça-feira, setembro 19, 2006

homem seguro

nas marginais
trafega o sangue rubro
nas estradas em tubos verdes
levemente verde
vias veias
veias cobertas por pele
e pêlos
pele textura sobre os dedos
articulações
traços paralelos
mãos que cobrem a genitália

segunda-feira, setembro 18, 2006

Nos espelhos procuro o rosto que eu tinha antes de nascer


Como será que eu era antes de existir? É difícil para eu imaginar o antes de meu início. E refletindo melhor é mais difícil ainda acreditar no início de tudo, da auto criação do Tudo a partir do nada. Algo tinha que surgir do nada? Tudo sempre existiu? Mas isso não é o assunto mais importante agora, aliás, não é sobre isso que eu quero falar neste texto. O que quero falar é na dificuldade que tenho de conceber uma realidade anterior a mim. O gênese de tudo, a criação do mundo a partir da minha percepção sensorial inicia-se com minha saída do corpo de minha mãe, pelo que eu me lembre. E a única noção da realidade concreta que temos é por meio dos sentidos. Não há outra. O que me mostra que virtualmente houve um passado são relatos que me ocorrem no presente, depois de minha vida já iniciada e de minha habilidade de decifrar os códigos da linguagem estar desenvolvida. O que é o passado? Tudo pode não existir e isso me fascina, me encanta. Um ciclo se fecha.

sábado, setembro 16, 2006

Sonho



(Click para ler)

sexta-feira, setembro 15, 2006

Dança

Um ser de carne e vontade parado num ponto do espaço. Um outro ser composto do mesmo ronda em volta do primeiro. Este por sua vez sabe que é presa e se deixa atacar. O movimento do segundo é uma espiral. Pouco a pouco se aproxima. Lascivo, faz uma espécie de dança próximo ao primeiro ser. Rodopia dando-lhe uma das mãos. A presa já hipnotizada já caiu nas garras de seu algoz que com pêlos lhe guardou num intervalo em que esteja algo imerso em sonhos, que são Deus. Perfume, pele, peso. Branco, beijo, baba, bolas, argolas. Cilindro. Leve, libido. A desconstrução da autodestruição e a construção da construção construída com dois. Caí.Aí.Ai.I.

quinta-feira, setembro 14, 2006

E o sopro divino criador cantou: "Faça-se a luz!"

Pulando parte do tempo que nos escorre pelos ponteiros do relógio mole como um ovo frito num quadro de Dalí, após termos gastado-o como um grafite atritado sobre uma superfície áspera, volta-nos os mistérios e as leis do desejo que outrora pensamos acabado e esquecido. Aquela força estranha que move o ser humano, o animal. Aquelas que não se saciam, aquelas que a publicidade aprendeu a controlar, aquelas que nos roubam todo o poder criativo. Daí, não há como fugir, a fuga é deixar de consumir para consumir-se a si mesmo. Onde pode acolher-se um fraco humano contra uma força tão grande que emana de seu próprio ser? O que fazer se é nossa carne que nos mata? O resultado é sempre acabar-se. É tudo tão intenso... Vibrante... São sons dissonantes que ecoam ao infinito e se dispersam em toda a direção... Um silêncio repentino... Um sussurro feminino no escuro. Talvez seja eu mesmo.

Ode ao capitalismo explorador e neoliberal

Antes que o Big Bang me chame
Preciso fazer um auto-exame
Para ver se há quem o barco reme
Para que eu possa ficar no leme.
É isso ou ficar envolto por arame
E na mira de um sangrento crime
Que acabe de vez com meu time.
É através deste poema infame
Que eu jamais acharei quem me ame,
Mas com ele o absoluto se lime
E fique frágil como uma femme
Com o rosto coberto de creme
E antes que a realidade rime
Ou se una com o dito sublime
Fugiremos do que até Ele teme.

Baixas em pequenas faixas madeixas cheirando a ameixa. Faça a massa da caça, que laça taça na sarda, uma farsa.
Ele fede e pede leque ao moleque que mexe no cheque do Banco Central. Seque e tecle com o Big Mac. Isso vai mal...

inVOLUNTARIO

quarta-feira, setembro 13, 2006

Poesia do momento

Paro por um instante e tento pegar a poesia deste momento. Aguço os sentidos que até então mantinha em um estado de quase latência. Deste mundo todo que agora invade minha cabeça dá fortes choques pulsantes nos neurônios percebo este som crespo e continuo, entrecortado pelas mudanças das marchas, o som do metal caindo sobre a madeira. Os pontinhos luminosos alaranjados, os roxos vibrantes e este verde-derepente vindo de um semáforo. O movimento involuntário da boca que se abre, que se abre, que se abre, que se abre... fecha. E os olhos. SPAIN. Curvas em S numa orelha. Forma mãe forma filha quadradas cinzas. A mãe é mãe porque está perto e a filha é filha pelo oposto. O triangulo entre o braço e a cabeça; no meio mais pontos laranja passando, passando. E as faixas brancas no asfalto negro passam também. O losango amarelo da placa. Eu com a cabeça exprimida, oval. Risadas?! “Caraca!”, alguém diz. E tudo se chacoalha e balança...

apóstrofe

pressionada, minha forma de expressão,
como deuses que dão
beijos com batom rubro
de forma não tão inteligente
mas apenas diferente
das coisas
de grande tamanho
que estão por toda cidade
dada pelos arranha-céus curvos de
falsa felicidade
cansados
de serem lugares-nenhum,
da viagem comprida,
da saída encontrada,
da chuva-ácida,
da solidão urbana,
da representação da capital financeira,
talvez cubra-se de Cuba.

segunda-feira, setembro 11, 2006

p-art-e

exorcizo neste momento a razão
razão rastro rude da memória
coerente
sem sentido táctil
com sentido semântico
estou cansado do ato mero de criar
com o cérebro cinza e com
o coração pulsante-óbvio-clichê

escrevo agora com uma parte qualquer
de meu corpo que não seja convencional.

Impostor? Eu?

"O verdadeiro artista é o que dialoga com sua obra, o impostor dialoga com seu público"
E. H. Gombrich
E eu fazendo um blog poético...

Brasília

domingo, setembro 03, 2006

Desilusão

O pássaro procura.
Procura e não acha.
O pássaro acha outra coisa.
Consome. Voa.

O pássaro está no outdoor.
Ele não queria estar.
Mas esta vida é vida
De estar e não de ser.

sábado, setembro 02, 2006

MEG

Embaixo da cama
Olhinhos marrons de quem ama
Abrem-se e brilham.
Olhinhos de gueixa.
Olhinhos maquiados de lápis preto.
Esfrega seu corpo bronze
De pêlos longos contra o meu.
Os passinhos curtos e hábeis
Fazem um barulhinho
Ao contato com piso.
Espreguiça, rola pelo chão.
Um momento de grande amor.
De grande amor.

sexta-feira, setembro 01, 2006

O soneto desconstruído

Nas formas voluptuosas o soneto

Na forma
Sono
Neto voluptuoso

Na sonda volumosa
Favo
Som medo

Verso forma
Na Sova
Surge o Sonho das almas dolorosas

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Local: Vitória, ES, Brazil
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